Blogagem Coletiva: Educação Escolar

23 julho 2011

Eu não poderia  deixar de participar, a educação faz parte da minha vida. Como ja sabem, sou professora de educação infantil.
Cansei de ouvir a pergunta: Por que voce não escolheu os maiores? Não ganha mais?
Honestamente? Não sei se ganha mais, deve ganhar, achoque todo mundo que da aula ganha mais que eu...Só sei que escolhi porque gosto, desde os tempos de estagio as crianças menores sempre foram as minhas preferidas.
Mas o foco não é o salario, me desculpem o devaneio. Dias atras estava assistindo a  um filme nacional muito bom: O Contador de historias. Baseado na vida de Roberto Carlos Ramos, conta sua trajetoria desde que sua mãe o "escolheu"para ficar em uma instituição que, segundo a propaganda da Tv, preparava menores para serem medicos, advogados.
A realidade se mostra outra e  ele acaba participando de fugas, furtos, morando na rua. 
Tudo muda quando ele encontra uma pedagoga francesa que muda completamente o rumo de sua vida. 
Hoje ele é pedagogo, um dos melhores contadores de historias e ja adotou mais de 15 meninos de rua, classificados como irrecuperaveis, assim como ele o foi...
Fiquei pensando, inicialmente revoltada contra a mãe que o colocou na instituição. O que passa na cabeça de uma mãe pra fazer isso? 
 


 
E a resposta que me surgiu foi so uma:  ESPERANÇA
A mãe acreditou que la ele teria chances de uma vida melhor, possibilidades e oportunidades que ela não poderia  oferecer nunca. Acreditou que o poder publico seria capaz de cuidar de seu filho, fazer algo por ele.
Em uma das cenas do filme a assistente social da instituição (acho que era essa a funçào dela) comenta com a pedagoga francesa que o adotou que ele teve sorte, pois com ela teve carinho e cuidado de mãe. Que ela gostaria de poder cuidar assim de cada criança que passava por ali.
 
O que concluo disso?
A educação publica sozinha não faz nada, nem mesmo com milhões de recursos, professores capacitados e empenhados. É somente em casa, com sua familia, que uma criança pode se sentir unica e especial e assim se desenvolver com segurança, acreditando em si mesma.
Precisamos lutar por uma escola de qualidade, mas não podem nos esquecer da necessidade da familia, dos conhecimentos e valores que apenas um lar é capaz de oferecer.
E apenas uma familia comprometida com a educação e que faz sua parte podera se empenhar na luta por esta escola publica de qualidade que tanto se fala, se sonha, se espera.
 
Quer ler mais sobre isso??
Vai la na Pandora, que promoveu esta blogagem coletiva e que sempre tem algo interessante pra dizer.

12 comentários:

Pandora disse...

Lindo post, concordo com você educação sozinha não faz nada, é preciso que a família também se empenhe nesse projeto que é formar gente!!!

Mas, sabe uma coisa que me impressiona, a esperança que as pessoas depositam no nosso trabalho, isso é muito especial, sabe que professor irresponsavel me revolta, professor que ignora o fato de que as crianças confiam em nós para fazer algo por elas.

Amei e a pena é que realmente nosso salário é uma micharia!!! rsrs

Aleska Lemos disse...

Eu vi esse filme hoje!!!!!! Estava me recuperando do choque que um filme bonito desses sempre nos dá quando entrei aqui e fiquei com vontade de chorar de novo... se eu tivesse visto antes com certeza tinha abordado nessa blogagem, é o verdadeiro exemplo de como a educação pode mudar a vida de uma pessoa, quer dizer inserí-la na vida em sociedade. Uma passagem que me marcou foi aquela do estádio de futebol que a Mageritte leva o Roberto no espelho do banheiro e fala que ele mudou. Depois ele pede pra ser revistado mais umas 3 vezes. Mas sabe acho que a educação tem que ser acompanhada de mt amor pra dar certo (qse chorando de novo) beijos e bela escolha!

Unknown disse...

Qual pai e mãe não pensa no melhor para seu filho? Pensando assim muitas vezes acabam errando, mas como vc falou, com esperança de ve-lo ser alguem na vida. Mas, nada é mais educativo que a vivência em familia. Em fazer parte primeiro de um lar onde possa participar nas historias de vida de seus pais, com origens e antepassados. Como diz um antigo chavão: o lar é um porto seguro. Vivemos melhor, mundo afora, quando temos a certeza de ter pra onde voltar. Texto valioso os eu Marcia. Abraços

Ana Paula disse...

li os posts da Pandora e da Aleska e agora vim ler o teu. Parabéns por escolher tão nobre profissão pelo seu dom. Também acredito que o lar e a escola parceiros é que melhorará a nossa educação. Beijo

Bia Jubiart disse...

Oi Márcia!

Conheço a história dele, mas não assisti o filme... Concordo com vc, "uma andorinha não faz verão"...

Um ótimo fim de semana p/ vc e família!

Beijoooooooooooooo

Irene Moreira disse...

Marcia
Um belíssimo post e quanta verdade e amor existe em cada palavra que aqui colocastes.
Parabéns por ser essa professora que é o começo que toda crinaça precisa para crescer e ser alguém na vida.

Vi esse filme e é muito bonita e emocionante a história.

Muito bom compartilhar essas experi~encias com pessoas jovens e com tanto amor para dar.

Beijos nos seu coração

Angela disse...

Que saudade de vir aqui!O trabalho me impediu de visitas, mas que palavras verdadeiras você escreveu o ensino é a base de tudo.Você me instigou a ver esse filme vou procurar para assistir!Linda semana!

Renatha disse...

Já ouvi muitas vezes esse mesmo comentário... Sobre trabalhar com outras idades, salário, especialmente porquê vivo em cursos, já fiz 2 especializações e as pessoas acham um absurdo eu com todo esse curriculo "cuidando" de crianças... Pra começar, não cuido de crianças, educo, ensino. E depois, acho que os professores de educaçõ infantil são essenciais na vida de uma criança. Nós damos o suporte pra toda uma vida, auxiliamos, mais do que qq outro professor, a formação dessas crianças, no caráter e, por isso, deveriamos ter os melhores salários... Um dia a gente chega lá!

Ótimo post!

Beijos...

Ana Seerig disse...

"A educação publica sozinha não faz nada, nem mesmo com milhões de recursos, professores capacitados e empenhados. É somente em casa, com sua familia, que uma criança pode se sentir unica e especial e assim se desenvolver com segurança, acreditando em si mesma."

Exatamente o que eu penso. Acabo de me formar no magistério e, ao contrário de ti, prefiro os maiores. Escolher uma turma de 5° ano fez muitos me olharem com cara de espanto e pavor como se dissessem "Eles são os piores".
Tenho pra mim, como disse lá no texto da Pandora, que o problema não é a escola, não é a família, o problema é a conscientização geral. O povo brasileiro, por mais que ache bonito dizer "A educação é importante", não a valoriza realmente. Não é só uma questão de salário dos professores, é uma questão de apoio de toda a sociedade. Eu, recém-formada, já fui questionada inúmeras vezes com ar de pena e até um certo desprezo do porquê ser professora.
Há professores e professores, alunos e alunos, mas a sociedade continua sendo só uma.

lilly disse...

marcia eu vi este filme de passagem neste fim de semana, na tv a cabo.
mas nao dei importancia, entao perdi uma grande estória!
sabe o que aconteceu com a escola publica?
a classe media, que tem força, debandou dela.
deixou na mao do povomais simples, mais fraco, o fardo de lutar por uma escola publica de qualidade.
Bjs

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(¸.•´ (¸.•` *Lilly
http://blogdareforma.wordpress.com
e
http://coisadelilly.wordpress.com

Anônimo disse...

ameeeeeei .. assino embaixo..

Simplesmente Doroteia disse...

Gostei muito da postagem, também sou professora de Educação Infantil, e os
escolhi porque gosto dos menores ,
é o que me realiza . bjs

 

Posts Comments

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